Por Rubens Amador

Jornalista

Volto-me / Voltaste / Volta-se / Voltamo-nos. Eis formas do verbo Voltar. A volta é sempre um momento dolorido ou alegre, porque voltar-se é ir-se a um ambiente em que já viveram. Resolvi escrever sobre este verbo hoje por quanto ele é um verbo amigo. Quem não pode voltar está impedido de regressar. E não poder regressar é como estar degradado.

Estamos voltando, nós do Diário Popular. Estamos chegando às mãos e aos cérebros de nossos assinantes e amigos. O que nos devolve a sensação de vida. Já que águas audaciosas e más invadiram lares e a felicidade de pessoas que perderam tudo, vendo boiarem suas geladeiras e outras peças importantes de seus lares, tornando-as inservíveis, o que jamais esperavam neste acontecimento triste como o que hoje vive o Estado do Rio Grande do Sul.

Sentimos a ausência do nosso jornal, obrigado que foi a deixar-nos sem aviso, pelo inesperado acontecimento. Quem não tem um parente ou um amigo em Porto Alegre nestes dias? Pouco podemos fazer a não ser comunicar-nos frequentemente com eles, dando-lhes coragem, já que materialmente no momento pouco podemos fazer por eles, especificamente. Dói em nós saber o que estão passando com suas famílias em locais que, graças a Deus, os estão acolhendo. Nossa ajuda em dinheiro serve, sim, neste momento, pois permite-lhes comprar-lhes o que estão se ressentindo no momento.

É um cortejo bendito de barcos e lanchas de pessoas só interessadas em servir, e que estão ajudando nossos amigos a enfrentarem momentos difíceis. Voltar, haverão todos os que sofrem nesta hora a serem felizes de novo. Ou por esforços próprios ou com nossa ajuda.

Muitos irmãos nossos estão sofrendo; procuremos auxiliá-los para que não percam a esperança, este estágio de nossas vidas que quando falta só nos resta chorar. Voltamos, o Diário Popular voltará, e isto é muito neste momento em que precisamos também de palavras, sempre muito adequadas e inteligentes. Tenho orgulho de ser gaúcho e receber todos os dias normais o Diário Popular em minha casa.